Os Três Porquinhos


Num idílico bosque, viviam três felizes porquinhos. Cada um deles tinha sua personalidade, e todos sonhavam em construir sua própria casinha. O primeiro almejava o frescor e ensolarado aconchego de um lar feito de palha. O segundo, mais afeito à marcenaria, projetava uma rústica arquitetura de uma habitação de madeira. O terceiro, já pensando na longevidade e proteção, queria construir uma sólida casa de tijolos. E puseram-se a realizar seus sonhos, trabalhando e cantarolando uma vida de dias melhores e longe de chiqueiros. Mal sabiam que o faminto lobo mau, sedento por uma suculenta linguiça, estava bem disposto a devorá-los. Dono de um fôlego sobrenatural, com um só sopro poderia derrubar os lindos projetos dos animados suínos. O adepto à cabaninha de palha foi quem terminou primeiro, e ficou bacana como um quiosque de praia. O marceneiro foi quem terminou depois, e com madeira à disposição, até fez uma lareira. Já a casa de tijolos levou bem mais tempo, parecendo uma quadrada casa modernista. Numa tranquila tarde os três foram pegos de calças curtas com o arrasador ataque do famigerado lobo. Correndo, primeiro se esconderam na palhoça. Com um sopro que mais parecia um vendaval, logo foram descobertos. Desesperados, correram para a segunda casa de madeira. Com outro bufante sopro, o lobo o pôs abaixo como se fosse um amontoado feixe de gravetos. Na esperança de sobreviverem, dispararam para casa de tijolos, e esgueiraram-se como se ela fosse uma muralha. O lobo soprou e, estupefato, viu seu insucesso vir à tona. Soprou de novo, e de novo, e de novo, e mais uma vez. Os três porquinhos já comemoravam dentro de seu mais resistente lar doce lar, e o lobo, decepcionado, perdeu o seu inacreditável fôlego. A noite já caía, assim os fofuchos sobreviventes puderam dormir, sãos e salvos, o bom e velho sono dos justos.

 

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