Havia dois ratos, um vivia no campo e o outro vivia na cidade. Eram amigos, mas o primeiro vivia na simplicidade e o outro na ostentação. Um dia o rato do campo convidou o amigo para visitá-lo nos confins do interior onde vivia, longe do lufa-lufa das cidades grandes. Para não decepcioná-lo, providenciou o que tinha de bom em seu humilde lar, mas nada sofisticado, porções de queijo feito na roça, pãezinhos, frutas, tudo em abundância que o campo pode oferecer. O rato da cidade banqueteou-se, mas estava inconformado com a vida simples que o amigo vivia, sem o luxo que estava acostumado. Disse que na cidade a variedade de queijos era imensa, podia recostar-se em almofadas de veludo, a vida era intensa e a diversão nunca acabava. Pediu ao rato do campo que o visitasse, como retribuição. Convencido, ambos foram rumo à casa imensa e cheia de penduricalhos onde o rato da cidade vivia. A viagem foi longa, e chegaram à noite, no horário depois da janta. A mesa disposta com requinte continha as sobras de culinária gourmet. O rato do campo deliciou-se com os pratos nunca vistos, mas num súbito os moradores da casa chegaram em festa, fazendo barulho, rindo e dançando. Os dois se assustaram e meteram-se a desaparecer do cenário. Com medo de serem surrados e mortos com uma vassoura, permaneceram escondidos. Diante da situação, o simples rato do campo disse preferir a pacata vida que levava do que viver na abundância de uma vida de perigos...
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